O MP3, entre a conversão e reconversão

É comum termos diversas opiniões e mitos sobre a qualidade do áudio em MP3. Mas saiba que ela esta relacionada a fonte de conversão e o responsável por ela. Que tal fazermos umas comparações? Acompanhe:

 

Qualidade

A qualidade/definição do áudio em MP3 pode variar por diversos motivos, um deles é a fonte no qual servirá para gerar este arquivo. Outro ponto importante é o conversor, que será responsável por transformar a fonte de áudio, seja ela WAV. AIFF, CD-Audio ou até mesmo outro MP3 . E o por ultimo mas talvez um dos mais importantes, será o dispositivo ou player responsável por reproduzir este arquivo.

 

A fonte

Sempre que formos criar um arquivo em MP3, devemos sempre utilizar nossa melhor fonte de áudio para esta tarefa, ou seja, caso você queira como produto final o MP3-128kbps, devemos usar o WAV 24bits-44.1 ou WAV 16bits-44.1? Logicamente iremos usar 24bits-44.1 pois é a fonte de melhor qualidade disponível, o arquivo em 16bits-44.1 já é fruto de uma conversão da fonte original, se utilizarmos o 16bits, estaríamos na verdade fazendo uma “RECONVERSÃO”.

 

O conversor

Existem na internet diversos conversores gratuitos para MP3, muitos deles inclusive possibilitam converter um vídeo clipe em áudio, baixar vídeos do youtube convertendo-os para MP3 automaticamente. Porém, normalmente vídeos na internet não tem foco na qualidade do áudio, mas sim na qualidade do vídeo, sacrificando inclusive parte do áudio para ter um arquivo final menor. Então imagine um conversor gratuito e um vídeo de baixa qualidade (fonte), pense no produto final… Sim, teremos um áudio deteriorado por diversos motivos. Muitos deles tem opções de configuração onde pouquíssimos usuários tem a curiosidade de entender e aprender a mexer, um destes ajustes é a: “Qualidade X Tamanho X Tempos de conversão”. O conversor prioriza por padrão, um tamanho menor com tempo de conversão baixo. e assim temos um arquivo final pequeno com qualidade inferior.

 

O Player

Se o player e os fones de ouvido não forem de boa qualidade, de nada irá adiantar se preocupar com os dois itens acima, na verdade não será possível notar diferença alguma entre bitrates autos e baixos. Dando a impressão de que não compensa se preocupar com esses detalhes já que no fim tudo soará igual. E é assim que a grandiosa maioria pensa.

Agora chega de conversa, vamos direto aos comparativos, assim poderemos tirar nossas próprias conclusões.

 

A faixa

Escolhi os 19 segundos iniciais da faixa “Serial Thrilla” da banda Britânica “The Prodigy” – Todos os direitos reservados.
Utilizei o Sound Forge 11 pare extrair a faixa 5 do CD, 16bits-44.1.
Teremos inicialmente a faixa original, e logo após diversas conversões e reconversões seguidas da original, ou seja, sempre utilizando a conversão anterior como fonte da conversão seguinte.
  • WAV-16bits-44.1
  • MP3-320kbps
  • MP3-256kbps
  • MP3-192kbps
  • MP3-160kbps
  • MP3-128kbps
  • MP3-96kbps.

 

Vamos lá

MP3 320-Kbps (Fonte: WAV 16bits-44.1)

MP3 256-Kbps (Fonte: MP3 320-Kbps)

MP3 192-Kbps (Fonte: MP3 256-Kbps)

MP3 160-Kbps (Fonte: MP3 192-Kbps)

MP3 128-Kbps (Fonte: MP3 160-Kbps)

MP3 96-Kbps (Fonte: MP3 128-Kbps)

 

Primeiras conclusões

Logo de inicio vemos que o o áudio vai perdendo qualidade, ok? Certo… mas perdendo onde?
No decorrer de todas as conversões percebemos que os agudos são os mais afetados pelos processos, a cada conversão tivemos agudos cada vez mais metalizado/asperos. Isso acontece porque se perde e/ou distorce uma pequena parte da onda de áudio, e como as frequências mais altas (os agudos) tem ondas muito pequenas, perde-se muito mais conteúdo, descaracterizando-as quase por completo, justamente porque esse pequeno pedaço “faz muito mais falta” para as ondas agudos do que aos graves, que tem ondas muito maiores. E a medida que baixamos o bitrate, esse problema começa a atingir os médios e os elementos em estéreo (side), e na conversão extrema, começa a distorcer os graves.

Mas… e se utilizamos a fonte original nos bitrates mais baixos?

A ideia é essa, sempre utilizar a sua melhor fonte para converter pra baixo, vamos ouvir?

 

MP3 128-Kbps (Fonte: WAV 16bits-44.1)

MP3 128-Kbps (Fonte: MP3 160-Kbps)

MP3 96-Kbps (Fonte: WAV 16bits-44.1)

MP3 96-Kbps (Fonte: MP3 128-Kbps)

 

Diferenças?

Bom, eu particularmente esperava muito mais diferença entre os mesmos bitrates gerados através da reconversão e os criados diretamente da fonte original. Tivemos uma diferença tão sutil, que provavelmente muitos não iram conseguir ouvir. Mas mesmo assim, não se engane, não tenha a preguiça de achar que não faz diferença, pois isso vai depender da reprodução deste arquivo.

 

O teste final

O teste mais simples e talvez o maior mito da conversão e reconversão, se utilizarmos o arquivo fonte MP3 128-Kbps que já foi convertido do 160kbps e reconvertemos para  WAV 16bits-44.1, o que temos?

WAV 16bits-44.1 (Fonte: MP3 128-Kbps)

 

O que você esperava?

Como foi dito lá no inicio do artigo, devemos utilizar nossa melhor fonte para conversão. Neste caso não obtivemos nenhuma melhora, pois nossa fonte já tinha problemas.

 

Como melhorar a qualidade do MP3 em Bitrate baixo?

Exite um plug chamado “Sonnox Fraunhofer Pro-Codec”. Com ele você pode simular em tempo real, o resultado de uma conversão antes mesmo de exportar. Assim você poderá por exemplo, fazer uma equalização diferente para o MP3, sem exagerar nos agudos ou limitação, com essa cautela, a qualidade do arquivo pode melhorar drasticamente. Vale a pena dar uma conferida.

Sonnox Fraunhofer Pro-Codec

Arquivos deste artigo

Caso queira baixar todos os arquivos utilizados neste artigo e fazer sua própria audição, acesse este link.