É correto masterizar sua própria mixagem/música?

Quando iniciamos um trabalho como produtor musical, participamos no desenvolvimento desde o inicio (pré produção) até o fim da mixagem (com o engenheiro de mixagem). é como se fosse nosso próprio filho, que nasce, vai crescendo de acordo com nossos cuidados, e nos acostumamos com a presença dele.

Mas, nós acabamos que nos acostumando com a situação. O filho cresce bem lentamente aos olhos dos pais. Mas para uma pessoa de fora que o vê de tempos em tempos, ou simplesmente o vê pela primeira vez, é sempre uma surpresa, mais impactante. Alguns o elogiam, outros dizem: “Nossa como ele está magro”, “Como está baixinho”, etc…

Com certeza é algo que os pais não percebem por si só, pelo fato das coisas acontecerem bem lentamente, mas após alguém comentar até faz sentido e assumem: “realmente está magro, ou, baixinho”.

Quando você masteriza sua própria mix, acontece exatamente o mesmo. Você está envolvido demais no projeto, desde seu inicio até a mix-master (Bouce/exportação final da sua mix), e acaba não percebendo determinados detalhes, como por exemplo: “Bumbo exagerado”, “Caixa muito presente”, que não se encaixa no estilo, ou até mesmo um “vocal muito abaixo do nível dos instrumentos”, que é o mais comum.

Consequências…

O resultado disso tudo é que tudo isso acaba passando despercebido também na masterização, pois os mesmos ouvidos estão em ação, e o nosso psicológico tende a ouvir da mesma forma que na mixagem na DAW, imaginando inconscientemente todas as inserções dos canais, efeitos, volume, etc… E esse é justamente o risco que corremos quando finalizamos/masterizamos nossa própria mix.

Na visão do Engenheiro de Master…

Em contra partida, se enviássemos a mixagem para um engenheiro de masterização, ele escutaria seu trabalho pela primeira vez, fazendo seu julgamento sem nem imaginar como foram feitos os ajustes na mixagem. Sem emoção (ponto principal) “por não ser seu filho”. Estando em um outro ambiente e imaginando apenas uma única coisa, a mix. Ele encontra e corrige possíveis falhas mais facilmente utilizando um equalizador ou compressor multi-banda por exemplo, fazendo seu trabalho com menos sujeição a erro. Ou até mesmo devolvendo a mix, e avisando sobre os pontos que dificultam ou tornam impossíveis a masterização, como uma “mixagem magra” sem pegada, ou um vocal muito baixo (lembra do exemplo? filho magro… baixinho…). Que com certeza agora faram sentido e abriram os olhos (ou ouvidos) do Engenheiro de Mixagem e o Produtor Musical.

Logicamente a experiência do Engenheiro de Mixagem, juntamente com o produtor, tendem a diminuir esses possíveis equívocos. Deixando a Mix-Master no ponto exato para ser finalizada na masterização. Confira neste artigo 7 dicas para preparar sua mixagem para masterização!

Atualizado em 24/08/2012