Spotfy e a Guerra de Volumes (Loudness War)

Quem diria que um dia isso poderia acontecer. Spotfy está mudando o pensamento sobre a finalização do trabalho musical, a Masterização.


O Terror que sempre esteve presente entre os Engenheiros de Masterização que é a guerra de volumes agora está por um fio.

É isso mesmo que você entendeu, o Spotfy declarou guerra a “Guerra de Volumes“. Como fez isso? Simples, agora o nível de referencia de reprodução que girava em torno de -11Lufs, agora está na casa dos -14Lufs. Isso também está ocorrendo no TIDAL e o Youtube. Como temos empresas de peso no ramo, então ao meu ponto de vista, essa nova maneira de tratar o áudio deve se tornar padrão em breve.

 

Como o Spotfy faz isso?

Simples, a plataforma Spotfy, não esta mais considerando os picos como forma de normalização de volume, mas sim o volume médio do áudio. Utilizando a escala LUFS (Loudness Units Full Scale). Ou seja, as faixas que estiverem mais comprimidas e limitadas, automaticamente soarão mais baixas no Spotfy. E, contrariando o pensamento atual, as faixas com menos compressão e limiter, soarão mais altas.

 

Confira as imagens abaixo:

Vou tentar ilustrar a situação, pois a coisa funciona mais ou menos assim:

No exemplo 1, utilizando a maneira mais conhecida de se normalizar o áudio, o pico máximo, a faixa 1 soaria muito mais alta que a faixa 2, pois o volume médio está bem próximo ao pico 0dB.

Spotfy e a Guerra de Volumes (Loudness War)
Exemplo 1 – Normalização por pico máximo.

 

 

 

No exemplo 2, já com a nova métrica, o áudio seria normalizado pelo volume médio (Loudness), LUFS (Loudness Units Full Scale). Com isso, a faixa 2 soará bem mais alta e pulsante se comparada a faixa 1.

Spotfy e a Guerra de Volumes (Loudness War)
Exemplo 2 – Normalização por volume médio (Loudness)

 

O que pode mudar daqui pra frente?

Se tudo seguir nesse ritmo, o conceito de masterização atual, poderá mudar drasticamente, forçando muitos lançamentos recentes, a serem remasterizados seguindo a nova tendencia, que diga-se de passagem, não é tão nova assim, pois o LUFS, já existe há alguns anos, porém, até então não era tão considerado.

 

História antiga

A AES (Audio Engineering Society) tem um documento, feito em outubro de 2015, com recomendações referentes a serviços de streaming e playback online. Tendo como um dos editores, o famoso engenheiro de masterização “Bob Katz“.

Nesse documento, temos diversas recomendações e medidas referente ao que já estamos passando nos dias de hoje. Em outras palavras, isso já estava anunciado, e quase 2 anos depois, começam a dar os primeiros frutos.

O documento está em inglês, mas vale a pena dar uma conferida, acesse clicando aqui.

 

fontes: AES | Production Advice